terça-feira, dezembro 11, 2012

Beijo com bocejo.

                                                                       
                                                                                   
Por onde se pode começar a contar uma história sem começo e sem fim, eu não sei... 
Só me lembro do começo, mas também me lembro que esse início que me lembro não é o início que eu realmente queria lembrar. É complicado de entender. Não é só você que sofre desse mal, às vezes nem é sofrer, e sim amar. Vou tentar lhe explicar, com palavras que vocês mortais possam entender...
Pensando bem, é melhor que não entendam, até encontrarem o seu. Desde o começo eu recitei apaixonadamente que era confuso, a disse de mundos, lugares que não existiam, música boa e música que não me agrada. Escrevi poemas, falando do varal dela, das roupas bonitas que nele moravam, do nome da estrada e do paraíso em inglês.
Pessoas me fazem o mal achando que estão me fazendo o bem. Ninguém tem culpa, porém, ela tem que pertencer a alguém, não tem? A vida é assim, as coisas passam, mas para meu bem não chegam ao fim.
Relógio, é um órgão do universo, um órgão sem sangue que sofre de hemorragia constante. Só quem percebe é quem espera, quem tem planos, essa água toda.
Em meio a beijos, eu espero os bocejos. Que sei que dará, ao terminar de me molhar. Não leve a mal.
Marginais e drogados, loucos e endemoniados, assim somos nomeados pela sociedade que morre ao ver seus filhotes assumindo um posto vinculado. Vinte mais quatorze são vinte e oito.
Arrotos são bem-vindos, lençol de jornal, um livro dado rabiscado, celular no caldo, corda branca de colocar no braço, na cabeça... Meia preta acima do joelho, renda, relógio, relógio, relógio, relógio.
Não passa, passa, relógio. O histórico da vida não pode ser apagado, aqui não tem comando prontos, não tem Ctrl nem Alt. Agora, vamos nos jogar de cima da pedra mais alta, que teatro é esse? Mágico.
Olhos, cabelo, boca, olhos, olhos. Cabelo, olhos, sobrencelha, boca, boca. Paralelo, horizontal, vertical, formas jamais provadas, são as formas dos corpos... Mendigo, lençol de jornal.
Caveira, fone, Metallica, The doors. Caetano, Jim, Cassiano e Luce. Vontade de ser igual. Eu disse que mortais não entenderiam. Isso não foi um desafio.



xxx

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