sábado, março 05, 2016

Ministério da Injustiça

Pilhas de folha são amontoados de história,
para alguns tristeza, para outros glória. 

Mortes cruéis, calúnia e difamação,
tanta gente machucada, enquanto você espera perdão.

Mil almas trabalham para manter a ordem, 
porém o que vejo é um caos enorme.

Passam pela porta crianças e suas mães sem esperança,
as gargantas pequenas exalam a dor da inquietança.

O malfeitor não sei se chora,
mas pesa em seu pulso a algema quase óssea. 

À facadas uma vida ele tirou,
tanta água salgada por sua culpa uma família derramou.

Mas ninguém perguntou ao malfeitor
quem era o cara que em sua frente a mãe matou.

O defensor falou: uma morte não anula a outra.
E o juiz replicou: uma coisa não anula a outra.


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