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Matei o
vinil naquele momento com meu coração, igualem-se. A vitrola folk que almejei,
as guitarras elétricas fundadoras sonhais, a conturbação do espírito luminoso a
nos cingir e tecer. Um misto simbólico eterno abaixo da nossa carne, aquele subir
dos grãos pelais verticais.
Mortal,
mortal.
Uma
paresia simultânea ao soar a voz anómala. Nada nem ninguém ergueu-me tão
primariamente quanto a força do olhar da interessante protagonista vital,
monumental. Quando o pescoço amolece e o órgão elogiado não se abre, quando as
palavras saem desordenadas fazendo sentido dentro do eu, quando a comida não
importa e o que me alimenta é o bruto querer e não poder, chama-se meditação
aumástica com L, denomina-se paralisação corporal com U.
Ao
sair daqui esse pedaço de mim trafega ao sensor espiral dos cachos e mais uma
vez a meditação me aferra. Zero palavras, um milhão de sentimentos. Inserindo
objetos que curam, colocando roupas que lembram.
Denso,
denso.
Compactado
coração e alma.
Estômago
hostil, atormenta-me a dor. Quadrados desordenados brancos fumaçais, que louco
dentro de mim, que lombra fora daqui. Fio horizontal marrom alinhado, não
insista que não tirou, não me diga que é natural, eu acredito.
Flamingo,
eu te beijaria até a morte,
ainda
há de ser assim.
Torto,
torto. Curvado.
Chame
de pedaço corpulento.
Oh
Lord, por favor, diga que me fez um joão de barro, ideologia distorcida, não há
de ser compreendida, mas que bom, de verdade, assim guardo essa poesia pra
mim.
Estrofes,
estrogonofes.
Promessas
sim e não.
Um
conjunto protetor da amnésia.
Sólidas
na ponta dos dedos,
arco
incomum, branco de novo.
Nossa,
nossa. Uau.
Saliva
transborda, libido não vai, anseio sempre. Relato, tenho demais para falar,
pouco, bem pouco a inventar.
Passarinho,
passarinho,
voa
bem devagarinho.
Epa,
descuido, mantenha-se firme, afinal foi assim que consegui: Sem
rodeios, apenas eu mesma, pouco importa se entende, só sente.
Configuração
sequencial, maneira bem estranha de ser. Misturo eu e você, tanto que não se
pode mais distinguir quem é quem aqui. No final me perco ao muito
pensar e expelir.
Causei
imagens, datas, horários, selecionei tudo e trilhonizei. Linhas, letras,
sublinhalizações minhas. Nunca as anotações serão completas, impossível, apenas
basta que lhe agrade, sentiu? On, Off.
Minúsculas
maiúsculas canções.
Teclas,
teclas infinitas, bonitas, amo-lhes.
Duas
exatas rosas e circunferênciadas.
A
anatomia tua descrita subliminar.
Está
aqui, agora feche-se para abrir-se.
Anfitrião
eis aqui teu hóspede,
anfitrião
coração.
Na
delação que é pensar,
eis
aqui mais um servo do primeiro escravo coração.
Meu
nome é Raposa...
e eu
não sou um animal.
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