domingo, junho 30, 2013

Anatomia distorcida.


xxx

Matei o vinil naquele momento com meu coração, igualem-se. A vitrola folk que almejei, as guitarras elétricas fundadoras sonhais, a conturbação do espírito luminoso a nos cingir e tecer. Um misto simbólico eterno abaixo da nossa carne, aquele subir dos grãos pelais verticais.

 Mortal, mortal. 

Uma paresia simultânea ao soar a voz anómala. Nada nem ninguém ergueu-me tão primariamente quanto a força do olhar da interessante protagonista vital, monumental. Quando o pescoço amolece e o órgão elogiado não se abre, quando as palavras saem desordenadas fazendo sentido dentro do eu, quando a comida não importa e o que me alimenta é o bruto querer e não poder, chama-se meditação aumástica com L, denomina-se paralisação corporal com U.

 Ao sair daqui esse pedaço de mim trafega ao sensor espiral dos cachos e mais uma vez a meditação me aferra. Zero palavras, um milhão de sentimentos. Inserindo objetos que curam, colocando roupas que lembram.

 Denso, denso.
 Compactado coração e alma.

 Estômago hostil, atormenta-me a dor. Quadrados desordenados brancos fumaçais, que louco dentro de mim, que lombra fora daqui. Fio horizontal marrom alinhado, não insista que não tirou, não me diga que é natural, eu acredito.

 Flamingo, eu te beijaria até a morte, 
ainda há de ser assim. 
Torto, torto. Curvado. 
Chame de  pedaço corpulento. 

Oh Lord, por favor, diga que me fez um joão de barro, ideologia distorcida, não há de ser compreendida, mas que bom, de verdade, assim guardo essa poesia pra mim. 

Estrofes, estrogonofes.
 Promessas sim e não.

 Um conjunto protetor da amnésia.
 Sólidas na ponta dos dedos, 
arco incomum, branco de novo. 
Nossa, nossa. Uau.

 Saliva transborda, libido não vai, anseio sempre. Relato, tenho demais para falar, pouco, bem pouco a inventar. 

Passarinho, passarinho,
 voa bem devagarinho. 

Epa, descuido, mantenha-se firme, afinal foi assim que consegui:  Sem rodeios, apenas eu mesma, pouco importa se entende, só sente.

 Configuração sequencial, maneira bem estranha de ser. Misturo eu e você, tanto que não se pode mais distinguir quem é quem aqui. No final me perco ao muito pensar e expelir.

 Causei imagens, datas, horários, selecionei tudo e trilhonizei. Linhas, letras, sublinhalizações minhas. Nunca as anotações serão completas, impossível, apenas basta que lhe agrade, sentiu? On, Off. 

Minúsculas maiúsculas canções. 
Teclas, teclas infinitas, bonitas, amo-lhes.
 Duas exatas rosas e circunferênciadas. 

A anatomia tua descrita subliminar. 
Está aqui, agora feche-se para abrir-se. 

Anfitrião  eis aqui teu hóspede, 
anfitrião coração. 
Na delação que é pensar, 
eis aqui mais um servo do primeiro escravo coração. 

Meu nome é Raposa... 
e eu não sou um animal. 

xxx

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