Instituições
de ensino, salas e mais salas,
cadeiras
atrás de cadeiras, só vejo cabeças enfileiradas.
O
que haveria de ser minha libertação,
ano
após ano vem me trancando numa prisão.
Olho
meu professor, carrega com ele o amor,
que
tenta me passar através de suas palavras com tanto ardor.
Mas
de que vale o educador,
se
ele mesmo é explorado pelo sistema de ensino opressor?
Me
ensinaram que a Europa é essencial,
disseram
que a América é fundamental.
Passaram
horas e horas tentando me convencer,
de
que na história só é importante aquele que sabe vencer.
Em
fotografias e pinturas projetaram pessoas
e
exaltaram a pátria na qual elas residem.
Mas
esqueceram de me contar que os indígenas de meu país
ainda
existem, vivem e resistem (como podem).
Porém,
quando olhei meus pulsos e vi a algema,
lembrei:
a minha mente ainda é livre e plena.
Procurei
um lugar para me servir de refúgio,
não
foi o colo de meus pais.
Foram
palavras de estranhos,
um
tom absoluto.
Chegaram
até mim,
como
pequenas letras impressas.
E
me perguntei:
por
que uma biblioteca?
Aleatório?
Fora de contexto?
Fuga
do tema? Qual é o problema?
A
tinta que à frente de meus olhos estava me despertou.
Escutei:
Hey, menina, espera aí, ôu!
Já
não aceitava mais aquilo que me diziam,
descobri
que o conceito da palavra verdade não era aquilo que me cuspiam.
Hoje,
agradeço ao professor, que de tanto me cobrar me libertou.
Não
com a ordem, mas com o que ela provocou.
Estude!
Leia! Prova! Atividade! Dormir mais tarde!
E
meu coração: Calma, olha a alma.
Foca,
mas não se sufoca.
Leia,
mas não porque mandaram.
Leia,
porque as ideias te enlaçaram.
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